sábado, maio 28, 2005

Viver, um ato dominante intermitente...

O que podemos fazer pelos outros, meu Deus? Se nestas horas, clamamos por poderes além é porque os humanos realmente não trazem soluções. Hoje vi, na estação Uruguaiana, bem na escadaria de entrada para o metrô, uma menina vendendo chicletes, dacriagoga, implorando que alguém comprasse, nem que fosse apenas uma cartela. Seu pranto copioso e convulso me fez um pranto crasso e sincero. Como gostaria de poder ter resolver os problemas do mundo! Dizem que viver é uma dádiva.

Não há os que pensam a vida como uma grande tela real de acontecimentos. Presenciamos tudo: extinsões de animais, superaquecimentos, escravização humana, exploração humana, destruição do meio, séculos de destruição social...nós somos os maiores culpados! Agora vejo no jornal, que pretendem eliminar os moradores de rua. Lembro certa vez, de ter lido o Chico Buarque falando sabiamente sobre isso e de como as pessoas querem eliminar o problema. Para onde levarão estes homens da rua? Estes errantes seres vítimas da globalização da grana. "Quanto vale ou é por quilo?". As pessoas não conseguem enxergar porque já estão imersas, vivendo num submundo terrível, que elas chamam de Terra, que elas consideram delas. Não. É nossa! O "impulso anseia dominar"...e alguns dizem que viver é uma dádiva...